Saiba como identificar e acabar com os preconceitos sobre as ISTs e as formas de tratamento disponíveis.
Diagnosticada pela primeira vez no continente americano na década de 1980, a HIV estabeleceu em níveis globais uma pandemia que ocorre até os dias de hoje.
Criou-se então a campanha “Dezembro Vermelho” buscando promover a tolerância junto com as pessoas infectadas pelo HIV. A data definida pelas Nações Unidas propõe reflexão para reduzir os estigmas que até hoje rondam a vida das pessoas infectadas. O dia 1º de dezembro é o dia de combate à pandemia provocada pelo HIV.
As ações propostas pela campanha visam propor novos olhares sobre a pandemia e espalhar a todos mensagens de empatia e fraternidade para os indivíduos portadores do vírus.

Sobre HIV e Aids
O vírus da Aids é transmitido através dos fluídos corporais e não pode ser expelido pelo corpo humano. Isso significa que um indivíduo infectado pelo vírus viverá com ele para sempre.
Além disso, o HIV destrói células específicas do sistema imunológico, tornando a pessoa mais propensa a agravamentos de outras infecções, e somente quando isso ocorre que é classificada como Aids.
Entretanto, inúmeros são os esforços da comunidade médica no controle da ação do vírus, e hoje os tratamentos existentes permitem aos indivíduos portadores de HIV expectativa de vida quase igual a de uma pessoa não infectada, desde que o diagnóstico seja feito nos primeiros momentos da infecção.
Diagnóstico e Tratamento
Segundo informações do Ministério da Saúde em 2020, cerca de 135 mil pessoas no Brasil são portadoras de HIV e não sabem.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o teste gratuitamente e o resultado sai em aproximadamente 30 minutos. A coleta pode ser feita nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Muitos foram os avanços nos últimos anos em relação ao tratamento, que é feito através do uso de medicações chamadas ART. Apesar de ainda não ter se encontrado uma cura, o tratamento permite o controle do avanço da doença de modo que um infectado pode viver de maneira saudável por muitos anos. Hoje sabe-se que os tratamentos com ART podem diminuir também as chances de transmissão do vírus.
Estigmas e discriminação
Muitas pessoas soropositivas convivem diariamente com preconceito e são discriminadas em razão da doença, uma vez que o principal meio de transmissão ocorre através de sexo não-seguro, tema de tabu em muitos lares.
De acordo com dados do Índice de Estigma Em Relação às Pessoas com HIV no Brasil, cerca de 64,1% das pessoas portadoras de HIV sofreram algum tipo de discriminação. 46,3% dizem ter ouvido comentários negativos sobre a doença e 41% dos ouvidos sofreram pela própria família.
Os estigmas em torno da doença são originados quase sempre no campo das crenças e atitudes negativas em relação às pessoas com HIV. E muitas vezes retardam a busca por tratamento ou fazem com que a revelação do diagnóstico não seja feita nem às pessoas pertencentes ao seio familiar e parceiros.
Atos discriminatórias prejudicam diretamente ações que visam proteção contra a transmissão do vírus e fazem com que os infectados deixem de buscar ao tratamento por medo do que as pessoas possam pensar.
Nem mesmo astros internacionais do esporte e da música conseguiram romper com a cadeia de estigmas e tabus em torno do tema.
Magic Johnson, um dos astros do basquete mundial, foi diagnosticado com HIV na década de 90. Esse evento o forçou a interromper sua carreira aos 32 anos em um anúncio que chocou o mundo no dia 7 de novembro de 1991.
Passados mais de 30 anos do diagnóstico, Johnson admitiu em declarações à imprensa ter sofrido preconceito por conta da doença em vários momentos da sua vida.
Hoje aos 62 anos, o astro do basquete empenha-se em ser porta-voz global de mensagens educativas acerca do tema. O jogador é símbolo vivo de que ser portador de HIV não significa receber uma sentença de morte como se pensava a algum tempo atrás.
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Por: Kelvin Giambelli – Jornal Júnior – Unesp/Bauru