
Hoje, nossa alimentação é – quase sempre – baseada em descontar nossas frustrações na comida, ou nos privarmos de alguns alimentos para manter a forma e entrar num padrão “aceito” pela sociedade. Sem falar nas indústrias interesseiras e uma ciência que, em grande parte, visa o lucro. Nesse sentido, o comer intuitivo é uma das práticas responsáveis por trazer novas visões sobre nossa relação com os alimentos.
Com o comer intuitivo, temos a chance de nos reconectar a cada refeição, a cada ingrediente e a cada utensílio. Em consequência, a cada prato preparado e a cada reação de prazer ou de dor quando comemos. Esse método passa, justamente, por resgatar uma sabedoria acumulada por gerações e trazer ela para o contexto contemporâneo.
O comer intuitivo é uma das formas de mudar o relacionamento com as refeições de maneira positiva. Nesse contexto, sem precisar contar calorias ou cortar alimentos específicos da rotina. Esse tipo de alimentação parte da premissa de sentir o seu corpo e se alimentar de acordo com as suas necessidades.
O que é intuição?

Intuição é mais sobre como usar a razão e a emoção em conjunto para tomar decisões mais alinhadas com o que está acontecendo com seu corpo, sua mente e sua vida. Há quem ignore essa “sensação” ou quem nem perceba que ela exista. Assim como tem gente que a usa em cada aspecto da vida.
No caso da forma como comemos no dia a dia, é mais comum seguirmos um dos dois caminhos: decisões extremamente racionais, como iniciar uma dieta restritiva, ou uma decisão extremamente emocional. Esse lado é exemplificado por seguir o desejo por alguma comida simplesmente porque sentiu vontade e não parou para pensar se aquela ela era realmente gostosa. Ou, ainda, se poderia prejudicar o organismo. A vontade é tão forte, ou tão inconsciente, que se come sem pensar.
O comer intuitivo é preferir cultivar a autocompaixão e o amor próprio, enxergar a comida como aliada e os sinais e sintomas como instrumentos valiosos de autocuidado. Além de ampliar nossa percepção dos cinco sentidos e da habilidade consciente de fazer escolhas que vão nos beneficiar.
Essa linha de conhecimento deve ser uma meta para promover mais saúde e uma vida mais consciente. Com objetivo de entender os sinais e estímulos do corpo, acreditando que as pessoas podem fazer escolhas nutricionais mais inteligentes se entenderem como seu organismo e sua rotina funcionam.
Como começar a comer intuitivamente?

Não será fácil iniciar a alimentação intuitiva. Mesmo assim, você pode começar a praticar escolhendo questionar a cultura da dieta restritiva, da medicamentalização de ingredientes ou da produção em massa de alimentos. Perceba como nos ensinam a comer de maneira inflexível ou a buscar metas insustentáveis.
Você também vai precisar aprender a ouvir seu corpo: este é o mais importante passo. Por isso é conveniente distinguir entre fome e apetite para saber quando é realmente conveniente comer. Além disso, usar o sexto sentido para decidir o que comer. Assim, evocando a capacidade conjunta de todas as áreas do cérebro combinadas com a do coração e dos intestinos.
Quando as sensações como fadiga, barulhos na barriga, incapacidade de concentração ou mudanças de humor chegam, você tem que comer. No entanto, é importante que os alimentos escolhidos sejam de boa qualidade a nível nutricional. Embora os alimentos processados não sejam excluídos da dieta, é melhor priorizar a presença de alimentos frescos. Estes têm nutrientes que são essenciais e necessários para garantir uma boa saúde.
Em resumo, a chave é dedicar tempo ao autoconhecimento, explorando as sensações de apetite e saciedade. Dessa forma, se libertar dos esquemas que apostam num número fixo de refeições ao longo do dia ou em horários específicos. A partir daí, promover o consumo de alimentos frescos, além de desenvolver um menu flexível que satisfaça seus gostos.
O comer intuitivo é um processo desafiador, que pode demandar certo tempo, mas garante autonomia e equilíbrio.
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Por: Luisa Sousa, Jornal Jr – UNESP Bauru.