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Entenda os processos de produção de uma vacina

Em escala de tempo recorde, vários imunizantes estão sendo produzidos no mundo

Ciência e vacina podem ser consideradas as palavras mais lidas e ditas nos últimos meses. Isso porque a pandemia fez o mundo voltar os olhos para a ciência e seus processos, principalmente quando o assunto são os diversos imunizantes em testes finais no mundo.

As vacinas

Desde que surgiram, em meados do século XVI, as vacinas trouxeram grande avanço para a medicina. Doenças como a varíola foram erradicadas das civilizações após a aplicação em massa de um imunizante.

Porém, diferente de outras doenças altamente contagiosas, a Covid-19 surgiu e rapidamente tomou conta do mundo todo, somando mais de 70 milhões de casos. Isso resultou em uma corrida incessante atrás de uma vacina que consiga controlar a transmissão e, consequentemente, a morte de milhões de pessoas.

Diante disso, a ciência mundial – de uma forma espetacularmente rápida – elaborou vários tipos de imunizantes que devem ser administrados em massa na população. E para que isso seja feito sem nenhuma falta de transparência com a sociedade é necessário estar a par do processo de produção de uma vacina.

Vacinas
Em escala de tempo recorde, vários imunizantes estão sendo produzidos no mundo.

Como é feita uma vacina?

Primeiramente, é necessário entender que existem dois tipos de vacina.

Atenuada: Esse tipo se baseia na inserção do agente infeccioso vivo dentro do imunizante, porém sem a capacidade de causar a doença, apenas estimulando a defesa do organismo. Para esse tipo de vacinas temos como exemplo os compostos contra sarampo, febre amarela e caxumba.

Inativada: Já esse tipo de vacina possui partes ou fragmentos de microorganismos sem vida. Podem conter proteínas que vão induzir a produção de anticorpos sem causar a doença. Imunizantes contra meningite, hepatites e raiva são exemplos desse tipo de vacina.

As etapas de testagem

De acordo com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), a elaboração de uma vacina é composta de até 4 fases.

1ª Fase: Nessa etapa os cientistas em laboratório buscam descobrir quais moléculas devem ser utilizadas na composição da vacina.

2ª Fase: Em sequência, a composição é desenvolvida e passa por testes com animais em experimentações in vitro  – ou seja, ambiente controlado, fora do corpo humanopara a comprovação da eficácia.

3ª Fase: A partir dessa etapa, que podemos chamar de clínica, os testes passam a ser feitos em humanos, e são divididos em 3 partes:

Primeira parte: A composição é aplicada em um grupo pequeno de voluntários sadios, visando testar a segurança e eficácia da vacina, assim como a resposta imunológica do composto. Neste momento pode ser incluída a avaliação de quantas doses são necessárias e como a vacina vai ser administrada (via oral, por seringa e etc).

Segunda parte: Essa etapa também visa avaliar a eficácia da vacina, porém agora o composto é aplicado em um grupo com centenas de voluntários, incluindo pessoas que fazem parte do grupo de risco para aquela doença.

Terceira parte: Etapa em que milhares de pessoas testam a vacina. Os testes são randomizados e duplo-cegos, ou seja, os participantes da pesquisa não sabem se estão recebendo a vacina real ou um placebo (substância que não apresenta interação com o organismo). Neste momento, os ensaios focam em avaliar a eficácia da vacina. Esta parte geralmente é o último passo antes de garantir a aprovação do produto imunológico.

4ª Fase: É importante ressaltar que o estudo não acaba na terceira parte. Depois da aprovação da vacina, os cientistas continuam acompanhando a evolução da imunização para avaliar possíveis efeitos adversos e como a reação do sistema imunológico pode ocorrer nos diversos pacientes. 

Tecnologia de vacinas
De acordo com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), a elaboração de uma vacina é composta de até 4 fases.

A produção de uma vacina em tempo real

É possível acompanhar em tempo real a testagem de uma vacina no estado de São Paulo. O governo está envolvido na produção e avaliação da vacina Coronavac, originalmente feita pela farmacêutica Sinovac, agora, em parceria com o governo paulista e o Instituto Butantan.

Atualmente a testagem se encontra na fase três, contendo 9 mil voluntários brasileiros, em que os cientistas estão verificando a eficácia da vacina na proteção contra a Covid-19.

Por Emanuele Almeida – Jornal Junior – Unesp/Bauru

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