ComportamentoGustavo Vieira

O Poder do “A” do “CHA”

Como Conhecimento e Habilidade sem Atitudes podem levar pessoas com hiper qualificadas a frustação.

Temos passados por tempos desafiadores e isto já virou até “clichê” de se falar. A cada dia escutamos mais sobre o novo normal que em algum momento irá se fazer normal e que teremos que nos adaptar a esta nova realidade. Porém, o velho normal ainda se fará presente de várias formas, por mais disruptivos que sejam os novos tempos, ainda somos seres humanos e assim seremos por alguns milhares de anos.

Seja no ambiente acadêmico como no ambiente empresarial, se fala o tempo todo em inovação, mas se pratica muito pouco a atitude inovadora.

Há alguns anos atrás conheci o acrônimo CHA: Conhecimento, Habilidade e Atitude. Muitos de vocês devem conhece-lo ou já ter ouvido falar em alguma palestra de auto ajuda. Este pequeno conjunto de letras reflete bastante o que acontece quando somos aficionados por informações, cursos e livros, mas não cuidamos da nossa mente.

Eu venho do mundo acadêmico e em um certo momento decidi que gostaria de estudar um pouco mais do mundo empresarial, onde estou até hoje fazendo um mix destes conhecimentos. Em ambos os ambientes se fala o tempo todo em inovação, mas se pratica muito pouco a atitude inovadora. Gostaria de compartilhar alguns exemplos e quem sabe com isso motiva-los a esta prática.

Como disse, vim do mundo acadêmico, um local que geralmente é tomado pelo conhecimento e habilidades técnicas. São muitos que estudam tão profundamente um assunto que se tornam os maiores conhecimento daquele microcosmo durante algum tempo. Outros desenvolvem habilidades específicas, como a aplicação de uma determinada técnica ou a realização de um protocolo. Porém, no mundo acadêmico existe uma força muito poderosa: o ego. Como ouvi de um amigo uma vez: em um lugar em que todos tem salários parecidos (salário universitário é regulado pelo Estado), o ego se faz presente, pois como a natureza do ser humano é se comparar, sempre a base comparação será artigos publicados, financiamentos conquistados e minha pesquisa é mais importante que a sua.

Apesar do alto nível de conhecimento e habilidades conquistados no meio acadêmico, quando você retira os pontos que fortalecem o ego e um salário seguro e a estável do pesquisador falta-lhe atitude para se adaptar. O momento atual, onde as verbas para pesquisa estão escassas e os raros concursos públicos para a universidade atraem um exercito de centenas de doutores com dezenas de artigos, está gerando uma montanha de pesquisadores hiper qualificados frustrados. Em outros momentos eles até poderiam “fugir” para países que investem em pesquisa, agora nem isso.

As empresas que não se adaptarem às vendas multicanal continuarão achando que o tempo de portas abertas que importa.

Já no meio empresarial podemos ver empresários que até então se consideravam inovadores e bem sucedidos desesperados por que a situação atual nos leva ao fechamento temporários das portas ou a uma limitação de horário de funcionamento. Durante quase um ano a situação foi recorrente e noticiada a todos, porém muito poucos se adaptaram a esta nova maneira de vender. Vejo colegas fechando as portas por que não ter atitude de buscar soluções ativamente durante os primeiros meses da pandemia e quando havia condições de realizar as adaptações, uma vez que havia o auxílio emergencial e o Estado estava pagando parte do salário de seus colaboradores.

Em ambos os casos não faltam conhecimentos e habilidades para solucionar o problema e sim atitude. Os pesquisadores que buscaram soluções para compartilhar o seu conhecimento utilizando as ferramentas atuais estão se sentindo realizados e conseguindo colaborações importantes com a iniciativa privada. Da mesma forma, os empresários que tiveram a atitude de repensar seus negócios não início da pandemia, hoje descobriram novas formas de vender e atender seus clientes.

De nada adianta acumularmos conhecimentos se não trabalharmos a nossa mente para a criação de uma atitude positiva e recorrente. Positiva pois temos que buscar ver o lado cheio do copo e recorrente pois a frequência de suas ações é mais importante que a intensidade dela. Ninguém tem bons resultados na academia, por exemplo, indo uma vez por semana e treinando durante 5 horas, na verdade isso irá trazer mais problemas que soluções, e sim indo todos os dias e fazendo 1 hora de atividade física.

Momentos desafiadores são cíclicos, eles sempre existirão, é a sua atitude que irá fazer você passar por eles de maneira mais suave. Isso é bom para você, para as pessoas que estão ao seu redor e, de maneira indireta, para toda a sociedade.

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Gustavo Vieira

Pai da Helena e do Miguel, Biomédico, Doutor em Genética Humana. Especialista em Diagnóstico Genético. Escreverá mensalmente na Up Cuesta Bem Estar sobre suas experiências...

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