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Suas amizades te fazem bem?

Entenda a importância de se cultivar boas amizades ao longo da vida

Roda de amigos sentados em um piquenique conversando e tocando música, selando amizades. A Imagem contém uma mulher branca loira de costas, um homem branco loiro tocando violão, uma mulher negra rindo e um homem branco conversando.
(Reprodução: Freepik)

Provavelmente você já ouviu alguém falar o versículo “Diga-me com quem tu andas, que direi quem tu és”, certo? Pois bem, apesar de não ser uma verdade absoluta, é um consenso científico que muitos dos seus hábitos acontecem justamente por conta da influência que suas amizades exercem sobre você.

Toda a evolução da nossa espécie se deve principalmente a um fator: a sociabilidade do ser humano. Somos e sempre fomos seres sociais.

Atualmente, na era em que as tecnologias da comunicação vêm evoluindo de forma exponencial, isso fica muito claro. Vivemos em uma época em que é possível fazer amizades e conversar, de forma síncrona, com pessoas que vivem no extremo oposto do mundo.

É pensando nessa capacidade de interagir, formar comunidades e amigos, que cientistas ao redor do globo realizam a todo momento diversos estudos sobre como as nossas convivências podem dar um norte aos nossos comportamentos e ações ao longo de toda a vida.

O poder das amizades em nossos hábitos

Duas moças com roupas de ginástica na academia batendo as mãos como laços de amizades. A mulher na esquerda da imagem tem o cabelo solto castanho comprido e a mulher da direita usa óculos e também tem o cabelo castanho.
Pesquisas mostram que as suas amizades influenciam diretamente em seus hábitos (Reprodução: Freepik)

Conscientemente ou não, a sua mente está captando informações de pessoas ao seu redor e isso processo pode te levar aos céus, mas também ao fundo do poço.

Segundo uma análise dos sociólogos Nicholas Christakis e James Fowler acerca de um projeto do governo norte-americano, em que 53 mil pessoas de uma pequena cidade em Massachusetts foram monitoradas, vários dos comportamentos humanos se proliferam como se fossem um vírus e tendo os amigos como transmissores.

De acordo com os dados levantados, quando uma pessoa se encontra obesa, por exemplo, seus amigos aumentam 45% mais chances de engordar e os amigos destes aumentam em até 20% a probabilidade de engordar. 

Esses levantamentos ficam ainda mais interessantes quando se analisa a mesma situação, mas com cônjuges substituindo os amigos. Segundo os sociólogos, quando um parceiro(a) se torna obeso(a), a chance do companheiro(a) seguir o mesmo caminho é de 37%. Ou seja, as suas amizades costumam ter mais poder de influência sobre você do que todas quaisquer outras relações.

A sua saúde mental dependendo das suas relações

A imagem está em preto e branco e contém duas mãos dadas como laços de amizades. A mão posicionada na esquerda tem a pele branca e a da esquerda é negra.
A sua saúde mental depende das suas relações (Reprodução: Freepik)

Provavelmente você também já ouviu alguém falar que certas amizades exalam uma energia boa ou ruim para nós. Apesar de não ser exatamente uma energia, essa frase tem certa razão ao analisarmos cientificamente.

Além de influenciar seus hábitos, o poder da amizade pode influir diretamente na sua saúde mental. De acordo com estudos de Christakis e Fowler, ter um amigo contente aumenta a sua chance de ficar feliz em cerca de 15%. A partir deste amigo, cada pessoa alegre ao seu redor pode contribuir em até 10% com a sua felicidade. O contrário também pode ocorrer, cada amigo triste que você possua pode te colocar cerca de 7% mais para baixo.

O forte contato com amigos pode não apenas melhorar a sua qualidade de vida, mas também ajudar a combater diretamente problemas como a depressão e a prevenir uma série de doenças. Isso tudo devido a um hormônio específico chamado ocitocina. Ao ser liberada pela neuro-hipófise, a oxitocina estimula interações entre pessoas e age em nosso corpo com um efeito calmante, contrariando os efeitos do cortisol. Esse processo resulta em uma redução dos batimentos cardíacos e da pressão sanguínea e, consequentemente, diminui a probabilidade de arritmias cardíacas e derrames.

Como a ciência explica essas influências?

As respostas são os neurônios-espelho. Disparados ao realizar ou observar uma ação, os neurônios simulam tal ato em nossa cabeça, tornando a imitação algo possível. Ou seja, inconscientemente vivemos imitando gestos e atitudes de pessoas ao nosso redor.

Agora, ainda não se sabe o motivo certo das nossas amizades possuírem uma influência maior do que quaisquer outras relações. Uma das possíveis explicações para isso envolve os nossos ancestrais. Acredita-se que os nossos cérebros tenham sido calibrados com o poder da amizade desde os homens primitivos, já que em tempos primitivos era necessária a formação de grupos para comer e sobreviver.

E agora?

Bom, após tantas informações, é normal que você pare para refletir sobre suas amizades e a importância que possuem em sua vida, tanto nos seus hábitos rotineiros como na sua saúde. Essas influências são gerais e podem ser boas ou ruins…

Portanto, cultive boas amizades, dê boas risadas, compartilhe memórias, aprenda lições e viva momentos bons (e ruins) ao lado deles! E aí, o que acha de mandar esse texto pro seu melhor amigo saber da importância que ele possui em sua vida?

Por: Gustavo Amaral – Jornal Jr. – Unesp/Bauru

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