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BBBoom: o fenômeno do Big Brother Brasil

A 22ª edição do reality show Big Brother Brasil estreou na segunda quinzena do mês de janeiro com uma missão árdua: repetir o sucesso atingido pelas duas últimas edições do programa.

A edição de 2020, por exemplo, bateu vários recordes. O Twitter divulgou que houve mais de 278 milhões de menções ao programa em sua plataforma, número dez vezes maior que no ano anterior. A audiência também fez bonito: a grande final registrou os melhores números desde 2010, com picos de 34 pontos no Ibope da Grande São Paulo.

Além disso, o público do reality também mudou. De acordo com a Rede Globo, houve crescimento do público jovem: entre adolescentes de 12 a 17 anos, aumentou 36%, e entre adultos de 18 a 24 anos, 38%. Mas quais fatores geraram tanto interesse na população brasileira?

“É um formato que mexe com nossa curiosidade de saber da vida alheia. As pessoas em geral projetam seus sentimentos, problemas e conflitos no outro, como uma espécie de fuga momentânea, e esse formato possibilita isso. Mas também existe um certo voyeurismo, uma curiosidade sobre a intimidade do outro, além da espetacularização da vida alheia, diferente de uma novela, por exemplo”, observa a antropóloga Maria Cristina Neves.

Um jovem negro de camisa amarela está escorado no muro de um prédio na rua enquanto sorri segurando seu smartphone.
O Big Brother Brasil vem sendo um fenômeno de engajamento desde a edição 2020

“Na novela são todos atores e atrizes, tudo tem um roteiro. Ali são pessoas comuns, gente como a gente, ao vivo, lidando com o imprevisível. Ficamos curiosos em saber o que vai acontecer. Quase ninguém admite o interesse pela vida alheia, mas ele existe. E com participantes famosos entre os anônimos, isso cresce consideravelmente”, completa.

Segundo a psicóloga Maria Rita Moraes, outro componente que prende a audiência é a exposição de defeitos alheios e a relação que fazemos com nós mesmos. “Tem falar mal dos outros, tem atrito, fofoca, barraco. O sucesso se conecta muito aos nossos, digamos, defeitos. O ser humano acaba se interessando por esses fatos negativos, assim como fazem sucesso os programas policiais, repletos de crimes bárbaros”, aponta.

“Aí vem a dualidade do bem e do mal, com o telespectador se colocando no lugar do outro. Ele se imagina parecido com aquela pessoa do bem e vítima daquela que é considerada do mal. Ou seja, o reality show tem vários elementos do nosso cotidiano real e que, na tela, prendem nossa atenção, geram uma sensação de amor e ódio”. Isso ficou bem explícito na edição 2020, quando poucos dias de confinamento já foram suficientes para a explosão de muitas polêmicas, brigas, choros e cancelamentos.

Mas não é só de coisas ruins que vive o BBB. Na edição deste ano, a competidora Natália Deodato se tornou símbolo de diversidade e aceitação pessoal por sua vitiligo, doença inofensiva que causa manchas brancas na pele. “Antigamente, não havia essas representações. Hoje, a inclusão destas diferenças na mídia nos mostra que não há problema algum em ter algo diferente, o descolado é ser diferente”, opina o fotógrafo Marcello Sortino, que também é portador da condição.

Agora que você sabe mais sobre o impacto do Big Brother Brasil no nosso dia-a-dia, confira as principais matérias sobre comportamento no nosso blog.

Por: Mateus Conte – Jornal Jr – Unesp/Bauru

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