Registros apontam para um aumento deste fenômeno, principalmente durante o período de alta taxa de isolamento social ocasionado pela pandemia da COVID-19.
O termo “DoomScrolling” que, segundo o Dicionário da Universidade de Cambridge, significa “a ação de gastar muito tempo, através do celular ou do computador, na leitura de notícias negativas e desgastantes”, chamou a atenção de médicos e psicólogos pelo fato de relacionar aspectos da era digital e da ansiedade, representando um perigoso maléfico para a saúde mental de todos.
Quando estamos cercados de notícias negativas – doenças epidêmicas, alto índice de desemprego, escândalos políticos, desastres naturais ou mortes misteriosas –, parece tentador seguir por um destes dois caminhos: evitar todas as menções a elas ou ler obsessivamente sobre cada detalhe que as compõem.
E, infelizmente, no ambiente virtual, é natural que optemos pela segunda direção. Por isso, não é coincidência que o “doomscrolling” seja um fenômeno intrinsecamente associado à era digital, visto que torna-se uma válvula de escape em meio ao caos instaurado no mundo inteiro ao longo de uma pandemia que já dura dois anos e obrigou boa parte da população a diminuir radicalmente o nível de sociabilidade.
Em março de 2020, o norte-americano Kevin Roose, do The New York Times, fez uma reportagem sobre como acompanhar as notícias a respeito da COVID-19. Kevin disse “Eu tenho feito muito desse tipo de doomscrolling recentemente, me agitando a ponto de sentir desconforto físico e apagando qualquer esperança de uma boa noite de sono. Talvez você também tenha feito isso. Não há nada de errado em se manter informado. Mas precisamos praticar o autocuidado e equilibrar nosso consumo de notícias ruins com tipos mais suaves de estímulo, para nossa saúde e a sanidade das pessoas ao nosso redor”, escreveu, na ocasião.
Assim sendo, apesar dos diversos pontos positivos em manter-se informado, é fato que este comportamento, quando obsessivo, induz a diversas complicações psicológicas e físicas. Dor de cabeça, complicações digestivas, ansiedade, ganho de peso, insônia, perda de memória e depressão são somente alguns dos problemas que podem ser acarretados.
Como evitar o “DoomScrolling”?
Entre as possíveis formas de lidar com o “DoomScrolling, a etapa inicial é identificar o problema, reconhecer-se como alguém que sofre desse mal e partir para a auto reflexão e verificar se você está disposto a mudar seus hábitos na intenção de impedir que isso volte a acontecer!
Após isso, uma das soluções é desconectar-se do ambiente virtual ou, pelo menos, limitar o tempo de uso, visando focar na vida real e na socialização. Destine seu tempo livre para hobbies, como cozinhar, fazer atividade física, relaxar, pintar ou fazer artesanato. Acima de tudo, caso opte pela leitura, que seja uma leitura leve e que desperte sentimentos positivos. Enxergar o lado bom da vida irá ajudar e muito a sua sanidade mental!
Por fim, procure ajuda de especialistas. Converse com profissionais da saúde mental e emocional e cobre-se para não julgar a si mesmo caso não consiga quebrar rapidamente este hábito. Tenha em mente que sempre é possível substituí-los por outros mais saudáveis! Com o tempo, sua autoestima agradecerá.
Agora que você já conhece tanto o termo como os métodos recomendados para evitá-lo, confira as principais matérias sobre comportamento em nosso blog.
Por: Gabriel Almeida, Jornal Jr – UNESP Bauru.