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Up Enfoque – Série Sustentabilidade – Dra. Luisa Maria Diele Viegas Costa Silva

Mudanças climáticas e vulnerabilidade das espécies

Luisa Diele Viegas é doutora em ecologia e evolução e veio nos contar um pouco sobre  a avaliação do impacto das ações do homem na biodiversidade. A pesquisadora nos contextualiza que o termo mudança climática consiste em qualquer mudança do clima ao longo do tempo. Essas mudanças podem ser causadas por processos naturais de alteração de padrão climático ou devido a ação antrópica. 

No contexto de ação antrópica, esse processo se dá desde a revolução industrial com a queima de carvão e de combustíveis fósseis. No entanto, o efeito estufa quando ocorre forma natural, permite que a Terra mantenha uma temperatura ideal para o desenvolvimento da vida natural. O fator preocupante é que no cenário atual estamos presenciando um aumento do efeito estufa como consequência das alterações do homem. Essas ações são: fragmentação de habitat, desmatamento, poluição por meios de transporte e processos industriais, entre outros. Tais efeitos acarretam um aumento de temperatura global e a ocorrência de eventos extremos das condições climáticas. 

A pesquisadora nos relata que cada grupo de organismo pode sentir esse aumento de temperatura de maneira distinta. Por exemplo, os animais ectotérmicos, são seres que dependem da temperatura do ambiente para regular a temperatura do corpo, assim, são animais que sentem de maneira demasiada os efeitos da  mudança de temperatura em sua fisiologia. Nesse sentido, pesquisadores buscam entender como a temperatura do ambiente impacta a fisiologia dos animais e quais seus efeitos na natureza. 

 A Ecofisiologia é uma área da ciência que investiga a relação entre a fisiologia dos organismos e as características ambientais (i.e., temperatura). Experimentos realizados pela pesquisadora investigam como a alteração da temperatura afeta no desempenho locomotor dos lagartos e qual é a temperatura de desempenho ótimo nesses animais. Além disso, busca-se entender como as mudanças climáticas impactam esses animais quando a temperatura é mais alta que a temperatura ideal.  Especificamente, os répteis assim como outros grupos, apresentam uma vulnerabilidade frente as mudanças climáticas e diante disso, é importante estabelecer quais são as áreas ambientais adequadas para a sobrevivência dessas espécies e quais medidas são necessárias para conservação dessas áreas. Uma vez que, o estresse térmico afeta o comportamento desses animais em todos os níveis e pode afetar o desenvolvimento embrionário de fêmeas.

A pesquisadora nos deixa uma mensagem final ressaltando a importância de compreendermos que o ser humano não é dono da natureza, nós apenas fazemos parte dela.  E ao mesmo tempo, dependemos da manutenção da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos  para nossa sobrevivência na Terra. Adicionalmente, ela destaca a importância do voto como uma ação individual que reflete em uma ação coletiva ressalta a necessidade de votarmos de forma consciente em representantes que visam ações em todas as esferas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. 

Camila Vieira Curti

Doutora em Ecologia Evolutiva e Comportamental e Professora temporaria na USP, campus Pirassununga. Experiência em ecologia, comportamento e bem-estar animal

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